A insinuante saga das odaliscas maravilhosasxxxi.
Bukassa conquistou com este sorriso todas as bucetas da Ilha Conceição. Cansado das bucetas de lá e sentido as vagas do tédio balouçarem suas descuidadas madeixas, Bukassa então rumou para portos menos exóticos. Pois, sabemos que os portos exóticos são abrigos das mais fáceis, mesquinhas e previsíveis bucetas.
Desembarcou em Santos, no dia 3 de Junho do Ano de Nosso Senhor Mil Novecentos e Oitenta e Sete, e decepcionou-se ao notar que havia chegado a outra porra de lugar exótico do caralho. Vítima já de seu hábito de seduzi-las, sim, não confunda, as bucetas, levantou desmazelado seu olhar e avistou Denise. A puta mais porca, suja, torta e com tosse de todo o cais.
Foi Denise a sua perdição. Denise tinha tosse crônica e jamais conseguia permanecer por mais de 5 minutos sem pigarrear. Digo 5 minutos quando estava em silêncio, porque quando conversava, eram tossidas e perdigotos disparados em todas as direções em intervalos de no máximo 30 segundos. Era nojento até para Bukassa, para quem já não havia mais surpresas.
Denise não era puta comum though. Denise era uma putassa monstruosamente grande e voluptuosa, cheia de curvas e delíneas sebosas e meladas que afogavam-se em suas roupas mínimas. Denise vestia rosa e preto. Seus cabelos pendiam sobre o rosto emoldurando as grotescas olheiras e seu sorriso cansado. Os sapatos eram tristes. Sua expressão, porém, transmitia uma força e um orgulho interiores que simplesmente dragavam Bukassa. Precisava saber qual era o fogo visceral que emanava tais humores para aquele rosto fudido. Bukassa queria conhecê-la, e queria fazê-la mulher. Queria decifrar que pessoa era ela.
Bukassa aproximou-se, sorriu e disse:
- Curto você.
Denise examinou o estrangeiro, cobriu a boca com a mão e tossiu ostensivamente.
- Foda-se.
A filha da puta era mesmo orgulhosa, pensou Bukassa, ainda com os dentes cerrados num sorriso libidinoso.
- Vem comigo.
Denise não exitou e trançou seu braço no braço negro do estrangeiro. Subiram os degraus da escadaria preta e molhada, atrás da qual, até então, Denise se ocultava. Denise tomou o cuidado de ajeitar sua mini saia, como precaução para que nenhum transeunte visse, de graça, a mercadoria pela qual Bukassa pagaria alguns reais.