A insinuante saga das odaliscas maravilhosas
xxiii.
- É só aguardar.
Foi a resposta que a recepcionista provavelmente grávida jogou sobre o balcão. Juanita logo percebeu que apenas um olhar pidão não seria suficiente para estabelecer comunicação. Encarando o cucuruto (?) loiro da recepcionista, que exibia sua provável grávida impaciência frente a atitude desafiadora, Juanita ruminou algumas palavras e recusou-se a sentar. Logo a senhorita fez para Juanita e todos os outros confusos presentes aquilo que pareceu um enorme favor, largou o que Juanita chamaria de "a porra do telefone".
Disse, Juanita, então: - Querida, meu caso é outro, se é que você me entende.
- O caso?
- O caso, compreenda, é outro. O caso é com o chefe.
A senhorita emitiu um breve ok e deu prosseguimento ao processo de criação de uma fila organizada. E o processo começou com uma nova emissão, a do aviso "é só aguardar", mas desta vez dirigida a outro cidadão que pareceu confuso enquanto perfeitamente satisfeito.
Juanita deu-se por devidamente atendida e recrutou um do inúmeros assentos verde-musgo para acompanhá-la durante a espera. Tomou, claro, todo o cuidado para não ser aninhada pela axila de qualquer um dos esperantes, reservando um espaço de, no mínimo, dois assentos entre ela e qualquer dos outros presentes.
Eis que adentra ele, o Libidinoso dos Fabulosos Lóbulos.
Deixe-me apresentá-lo; o Libidinoso dos Fabulosos Lóbulos era um sujeito que, antes de manifestar seu charme, sex appeal e lóbulos, não passaria de apenas mais um esperante confuso que resolveu sentar-se justamente num dos assentos adjacentes a Juanita.