Música para chorar.
Quando fui embora, olhando para trás, uma única lágrima insistente gelava o meu rosto todo. Não caía a danada. Certo de que o tempo todo do mundo não seria suficiente para aplacar as saudades. Certo de que a saudade jamais tornaria a ser como foi.
Fui embora ainda assim. Morri naquela hora. Morri e tudo o que esperava era nascer de novo a qualquer momento. Sofri a dor maior que já havia experimentado.
Tencionava voltar mas nunca voltaria.
Quanto mais fujo de mim, mais me aproximo daquilo que quero ser.
Dei dois passos atrás. Caminhei de costas até a fita que demarcava o fim da linha. Não havia volta. Nunca houve volta para mim. Nunca, uma vez tomada a decisão. Nada me demove.
Cada rosto a que fitava exprimia a saudade que me devoraria vivo por todos os dias subsequëntes até que não aguentasse. Até que desistisse. E isso era o que me passava pela mente enquanto a danada da lágrima não caía. Eu não desistiria. Não dessa vez.