MOSAICO.
Na feira ia sem sacola Juana.
Por sua mente passava todo o tipo de porcaria. Sorria.
Sentia-se outra pessoa, que em verdade, digo, nem pessoa era sequer.
Pensava porcarias divertidíssimas.
Dançava por entre a gente. Dançava por entre as sacolas cheias. Trocava passos entre os carrinhos abarrotados.
Dançava uma dança só sua num ritmo lento.
Suando Juana se movia sob o calor. E sorria sempre. Juanita entendia o prosaico.
Cai uma barraca toda. Rolam os tomates e coisas várias numa onda colorida.
Interrompe-se sua dança e seus sorrisos.
Como num disco riscado tudo recomeça o trecho.
Juana permanece em pé.
Levanta-se, embora permanecesse em pé e desvendam-se os sorrisos.
Dezenas.
Decide caminhar/dançar entre as sacolas mais uma vez. E assim faz.
Não pensa agora em porra nenhuma, mas vê sozinha as dezenas de sorrisos que a fitam enquanto joga um pé frente ao outro.