Rodar sobre asfalto sobre terra sobre algo que abaixo está.
Arremessar contra pequenos alvos de metal que rodam sobre borracha e asfalto.
Arremessar-se parece ainda melhor.
Arremessar-se contra o ar, que embora parado, transforma-se em vento por sua vontade. Sua, e de ninguém mais.
Transformar-se pela aceleração. E grudar contra o acento.
Nunca colidir. Nunca ouvir o metal retorcer-se. E o vidro se estilhaça.
Nunca rasgar a pele contra as pontas.
O coração martela sem controle. Pulsa.
Corre o risco. Corre, literalmente, o risco.
Adrenalina é vício entorpecente.
Mas, uma vez parado, o perigo toma sua proporção e o corpo treme. As mãos tremem muito.