Gasolina ï?½?ï?½ a comida do carro. <$BlogRSDURL$>

Gasolina ï?½?ï?½ a comida do carro.

sábado, março 22, 2003

Outro dia, o rapaz aproximou-se da catraca e surpreendeu-se ao ver que o cobrador levava no colo uma criança pequena.

-Bom dia.

E bons dias murmurou o cobrador.

Supôs, então, o leitor enfadado, que por aí vinha fábula ou coisa que o valha.

Adiante.

-É seu o menino?

Pois é, disse, junto com as três, quatro moedas derrubadas sobre o balcão, o cobrador.

-Corinthiano?

-Corinthiano.

-Que beleza!

-Segura ele pra mim.

Aturdido, o tal rapaz enfiou a carteira no bolso de trás e rapidamente colocou uma das mãos sob as costas da pequena criança. Fudeu, pensou o rapaz. E o cobrador, que era tampouco, por sua vez, muito mais que um rapaz, supondo-se que por mais idade valha alguém mais, estendeu os braços.

-Segura a cabecinha dele, apressou-se em alertar a velhinha.

E o rapaz, com o braço trançado no poste, que designo eu assim, por falta de alternativa melhor, contorceu-se para não deixar a cabeça do menino pender.

Chegamos ao rapaz, com o garoto dormindo em seu colo, o cobrador com a cara lavada, e a velhinha que queria a criança para si.

Então o cobrador diz:

-É meu moleque. Batiza pra mim. Antônio vai ser o nome.

-Como?

-Antônio.

Eita! Mas, lavada que era a cara do cobrador, propôs-se a atender seu desejo o tal rapaz. Fez meio desajeitadamente um sinal, que supomos fosse o da cruz, mas que poderia ser qualquer, sobre a testa do garoto. E disse:

-Boa sorte, Antônio.

Boa sorte então teve o Antônio, suponho eu.

posted by MAHONE, Juanita  # 3:38 AM



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