Pavlov, outrora ingrato, voltava para casa. Sabia que sua chegada seria celebrada, mas não se importava. Em verdade a celebração passava como um filme em sua mente, e ele não se reconhecia entre os caracteres.
Via agora seu companheiro morrer.
Araquém, o cavalo que o levava de volta à Lisboa, desfalecera e o derrubara ao chão.
Pavlov disparou seu fuzil.
O som ecoou entre as árvores. Alguns pássaros voaram. Araquém moveu a cabeça e disse:
- Não há Deus.
- Há, respondeu Pavlov, disparando novamente. Agora contra seu próprio peito.