Olha só.. eu tô começando uma reflexão baseada na seguinte hipótese: as pessoas que não tem influência direta na minha vida simplesmente não são pessoas (não é nada de nazismo hein..). Essas pessoas, segundo a teoria que eu comecei a formular (e que provavelmente já foi formulada por alguém), são simplesmente incluídas em grupos.
Por exemplo:
Grupo dos motoristas: são seres que têm suas identidades fundidas às das máquinas que eles dirigem. A coisa mais expressiva que eles podem direcionar a você é uma fechada ou uma batida.
Grupo dos alunos da minha faculdade ou escola ou o diabo que seja: são seres que possuem pouca ou nenhuma representatividade em aspectos importantes da minha vida (óbvio que nesse grupo excluem-se os meus amigos - falsos ou verdadeiros - pois mesmo os falsos influem argumentam de alguma forma comigo)
Na verdade a palavra-chave dessa teoria é "argumentação".
Os componentes dos grupos em questão só argumentam comigo caso eles se identifiquem ou se confrontem com as
minhas próprias noções de coletividade, ou seja, eles não confrontam diretamente as minhas idéias, com as minhas verdades.. eles, individualmente, nem adicionam, nem subtraem nada.
Grupo dos transeuntes: É um dos mais previsíveis e influentes que há no meu ver. Eles ditam o que é normal. Eles são como um cenário sobre o qual eu faço minhas peripécias. Eles estabelecem parâmetros pelos quais me guio - seja indo contra ou a favor. Verbalmente eles são praticamente nulos - pelo menos em relação a mim - eu não costumo dar ouvidos a qualquer fulano na rua.
Mas desencanando um pouco dos grupos, existe uma coisa que fode essa teoria. Hoje eu estava voltando pra casa, dirigindo o carro do meu irmão - e eu tenho o hábito de olhar pra dentro do carro das pessoas - foi numa dessas olhadas que eu peguei uma expressão instantânea no cara que estava num Palio do meu lado. Essa expressão refletiu toda a humanidade que poderia haver naquele homem - porque eu me vi nele.